Lava Jato se engrandecendo

Quanto mais tentam acabar com a Operação Lava Jato, mais ela se mostra firme. Em fase de conclusão da operação, as delações dos executivos da Odebrecht ampliarão os trabalhos dos agentes da Lava Jato. A força-tarefa formada pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e a Receita verá mais do que a duplicação dos inquéritos, agentes e empresas suspeitas, além dos valores desviados.

Essa operação, que já conta com 250 denunciados em 54 ações penais, dos quais 82 já estão condenados a mais de 1 mil anos de prisão e R$6,4 bilhões de propina identificado no esquema de formação de cartel, desvios e corrupção na Petrobrás, o Ministério Público já se prepara para novas investigações.

Com a delação da maior empreiteira do Brasil, se revelará a atuação de empresas, políticos, partidos e agentes públicos nos esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro em negócios do Governo que a Justiça ainda não tem conhecimento.

Para se ter noção do que se tem e do que vem a tona, segundo os investigadores, advogados e profissionais que acessam às negociações, obras de aeroportos, rodovias, metrôs, usinas de energia, estádios da Copa do Mundo de 2014, contratos nos setores petroquímicos, saneamento, defesa, negócios com fundo de pensão e operações com o BNDES, vão dar uma nova dimensão ao escândalo da Petrobrás,

Outro setor importante que entrará na Lava Jato será o de petroquímica. Os negócios da Brasken, maior empresa da América Latina, formada em sociedade pela Odebretch e Petrobrás, serão o centro dessa apuração da capital paranaense.

Nos anexos apresentados pelos advogados da empresa, eles confirmam que a Brasken foi uma das mais importantes unidades do grupo a colocar dinheiro na conta do Setor de Operações Estruturadas - mais conhecida como "departamento da propina". Esse setor funcionava como lavagem de recursos e pagamentos de propinas e caixa 2 para políticos e agentes públicos.

Segundo o jornal Estado de São Paulo, as revelações de Marcelo Odebretch, preso em Curitiba desde junho de 2015, e de seus companheiros, nas delações, confirmam a denúncia contra o ex-presidente Lula de que os desvios e pagamentos de propina na Petrobrás foi "profissionalizada" e virou a "regra do jogo" nos contratos assinados entre a empresa e o Governo Federal.

Com início em março de 2014, a força-tarefa já pegou negócios de R$200 bilhões da Petrobrás. Os focos foram contratos para construção de refinarias e plataformas nos governos Lula e Dilma, negócios fechados com 28 empresas entre 2004 e 2014.

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